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Livia Hasegawa

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um dia de fúria

Este texto foi retirado do Blog da Revista Runner's World (Ed. Abril), cujo personagem foi um paciente meu (estagiário da Revista). Hoje ele foi até o consultório e me contou o ocorrido... Tanta preparação para a prova e no fim a frustação por conta de aeroportos, mau tempo, etc... leiam a história abaixo:

Pedro. Nosso estagiário que mora em Santos. Uma figura. Sério, formal, focado, escreve com correção. Pedro começou a correr com a mesma aplicação do trabalho. Executa a planilha como se ela fosse lei. Primeiro foram 5 km, depois 10 km, ele começou a melhorar suas marcas aos poucos. Fixou a meia maratona como o objetivo do ano. E escolheu a meia das Cataratas como o palco de sua estreia. Só faltou combinar isso com o tráfego aéreo brasileiro...
"Sexta-feira, 1º de julho, eu e minha mãe acordamos às 4h30 da manhã para pegar o ônibus para o Aeroporto de Guarulhos. O destino seria Foz do Iguaçu, onde, no domingo, ocorreria a Meia Maratona, que seria minha segunda prova desde que comecei a correr. Lá, tomamos um café, conversamos, lemos, tomamos mais café, tudo para matar as cinco horas que nos separavam do nosso voo. Lá pelas 10 e pouco, fizemos o check-in e ficamos na área de embarque. A ansiedade crescia. Eu fizera da meia maratona a coisa mais importante do meu semestre; foram vários fins de semana tentando cuidar da alimentação, evitando extravagâncias etílicas ou qualquer outra coisa que pudesse prejudicar meu desempenho nos treinos. Eu vinha treinando havia dois meses para a corrida, fazia de 45 a 50km semanais. Aos sábados, corria 20 km pelas orlas de Santos e São Vicente. Todos os meus amigos comentavam que eu havia entrado de corpo e alma na RW (o que me deixava orgulhoso).
Lá pelas 12h20, ouvimos um chamado: “Atenção, passageiros com destino a Foz do Iguaçu, seu voo sofrerá um atraso de 40 minutos devido ao mau tempo”. Àquela altura comecei a ficar inquieto. “Que porcaria! Se tivéssemos aeronaves modernas não passaríamos por problemas dessa natureza” (ok, a frase não foi exatamente essa, omiti os três palavrões que disse). Comecei a suar frio, andar de um lado para o outro, xingar em voz baixa, etc.
Às 13h, quando a ansiedade por viajar voltava a me assaltar, a mulher da Gol avisa que o embarque atrasará mais 40 minutos ainda devido ao mau tempo. A moça disse que o aeroporto de Foz estava fechado devido ao mau tempo, que não havia previsão de quando seria aberto. Enquanto isso, fui ficando com fome, mas lá no aeroporto só havia frituras, hambúrgueres e sanduíches pouco saudáveis, alimentos que eu deveria evitar às vésperas de uma corrida. Novamente despejei uma saraivada de palavrões que deixou minha mãe absolutamente constrangida.
Aos poucos, fui temendo pelo pior. “E se o avião não decolasse?” “E se eu perdesse a prova?” “O que eu faria com os meses de preparação?” Conheci outros corredores que vieram de vários lugares do Brasil (como MG e ES) que tentavam me acalmar. Às 13h40 eles passaram o voo para as 14h10. Era muito desrespeito! Entrei no site do Procon para ver meus direitos. A cia aérea deveria, depois de duas horas de atraso, providenciar refeição aos passageiros, fui cobrar isso e o moço da Gol disse que já havia pedido. Meia hora depois, nada da comida. Às 14h10 passaram o voo para as 15 horas e depois para 15h40 e finalmente o cancelaram. E, claro, não disponibilizaram a refeição. Depois, mais uma fila gigantesca para pegar as malas e depois para pedir, reembolso, remarcar voos, etc. É claro que eles descumpriram a legislação aeronáutica e não se disponibilizaram a fornecer hospedagem aos passageiros.
Diante de tal desrespeito, junto com outros passageiros, fui à Anac, com outros seis corredores, reclamar da postura da empresa. O funcionário que estava lá era uma anta completa, um quadrúpede num corpo de bípede, não sabia sequer escrever a reclamação com o mínimo de coerência, tive que ditar o texto. Em dado momento, eu falei do desdém com o qual a empresa nos tratara; ele escreveu “desdenho”. Pô, mano! Aquilo era demais pra um dia só. Voltei à fila, comprei comida pra minha mãe, que já estava mal por conta da hipoglicemia e cancelamos o voo. Guardei todas as notas fiscais pra provar que fiquei no aeroporto por muito tempo e processar a Gol por não ceder refeições. Minutos depois, liga minha irmã dizendo que tinham tentado assaltar nossa casa. Preocupados, pedimos logo o reembolso e, às 18h30, depois de 11 horas no aeroporto, pegamos um ônibus pra Santos.
Chegamos lá às 21 hrs (a condução ainda passara em Congonhas). Lá pelas 22h, chegamos em Guarujá, e meu pai ainda foi fazer piadinha do que havia acontecido. Coitado, aguentou o meu mau humor e o de minha mãe por todo fim de semana. No sábado, ainda com raiva, só quis saber de sair de casa para correr. Já que não correria a meia maratona, decidi treinar “até me quebrar”. Sentindo muita raiva, devo ter percorrido uns 25 ou 26km. Saí da Ponta da Praia, em Santos, encontrei um amigo no canal 1, passamos por São Vicente e chegamos até a Ponte Pensil, em Praia Grande. Cheguei em casa arrebentado, com dor no corpo inteiro e fui dormir ainda p... da vida."
Pedro, não sei nem como te dizer isso. Apesar do descaso aéreo, achei graça da história. Mais, dei até uma pequena gargalhada. Tragédias muito trágicas acabam virando comédias. Correr 25 km só movido pela raiva é muito engraçado. Perdão. Virão outras corridas e você ainda vai rir de tudo isso...

Fonte: http://runnersworld.abril.com.br/blogs/correria/

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